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A coragem é a travessia do medo

  • Foto do escritor: Marcela Rolim
    Marcela Rolim
  • 9 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Ao longo da minha caminhada foi preciso muita coragem para enfrentar os meus medos e usá-los positivamente a meu favor.




O que lhes trago aqui neste post é justamente a possibilidade de apresentar a vocês uma outra interpretação deste afeto, até porque a construção social e psicológica do medo é uma percepção que muda ao longo da vida. Sim, o medo é um dos seis afetos mais primitivos da experiência humana!

Aprender a usar produtivamente o medo é essencial para conseguirmos sair de nossa zona de conforto e nos permitir ao mundo. Segundo Christian Dunker, um psicanalista do qual tenho grande admiração e que muito li a respeito de suas obras, é graças ao medo que aprendemos que o amor é uma atitude de proteção. Ao longo da vida nos deparamos com situações de medo, somos estimulados a lidar com ele e, principalmente, a substituí-los por situações de segurança. Anular que estamos sentindo medo é um dos erros mais básicos em nossa política de educação dos afetos. Não admitir a existência do medo impede que cresçamos e faz com que surta efeito contrario. Explico.


Quando estamos na negativa acabamos invalidando o medo e não o enfrentando. Quando falamos para nós mesmos que ele não existe e que logo o tempo fará ele passar estamos dizendo a nós mesmos que não somos capacitados para lidar com aquilo. Estamos nos privando de fazer um uso produtivo do que estamos sentindo e, consequentemente, estamos nos privando de nos tornar maduros e mais seguros. A coragem não é a ausência do medo, e sim é a travessia do medo, é uma virtude que surge quando enfrentamos o que estamos sentindo e aprendemos a dar uma resposta para isso.


Importante que em nossa caminhada de crescimento nos reconheçamos como humanos, e falhos. Ao educar uma criança, por exemplo, temos o medo de falhar e sentimos, como resultado disso, culpa e fracasso. Durante a trajetória do caminho do autoconhecimento percebemos que jamais seremos protetores por completo de nossos filhos e que não seremos capazes de eliminar tudo aquilo que possa “contaminá-los”. E, a partir desta concepção, de apresentar aos nossos filhos a realidade como ela realmente é, nos apresentar como realmente somos, humanos e falhos, com vida própria, e que não somos “super-heróis” para salvá-los do “mau” e que nem, tampouco, daremos a eles a solução de tudo e que não seremos tudo que eles querem que sejamos, até porque podemos ter desejos distintos, estamos contribuindo para que nossos filhos deslanchem e possam desenvolver mecanismos de criação para enfrentar os desafios da vida. Admitir para uma criança que adultos também tem medo não é negar proteção, e sim oferecer a ela a oportunidade de uma relação mais inteira.


A própria ideia de experimentar o medo deveria ser compreendida como uma conquista. É quando saímos da inércia e enfrentarmos aquilo que nos gera dor e desconforto. É a partir deste enfrentamento que permitimos outras possibilidades em nossas vidas, outras dinâmicas e outras vivências! Portanto, permita-se a enfrentar a si mesmo! Tudo começa com um bom processo de aceitação!

1 Comment


Ary Lopes
Ary Lopes
May 13, 2021

O que seria de nossas vidas sem medo? Precisamos dele para superar os obstáculos e sairmos vencedores. Parabéns pelo texto.

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